António Carmo, un pintor europeo en Fundâo

(R) 31/01/10


A Moagem, Fundão, acolhe, a até 28 de Fevereiro, a mostra de pintura "Memórias", do artista António Carmo.

De qualquer modo e até 28 de Fevereiro, é possível passear pelo Alentejo, pelo mundo do fado lisboeta, "que já não existe" ou trocar olhares com Maria da Fé, Fernando Pessoa ou Almada Negreiros, motivos que o estrangeiro vai conhecendo pela mão do pintor.

"Um dos traços distintivos da pintura de António Carmo é o universo cultural que ela ilumina e reflecte como caligrafia plástica de grande beleza.

Nesse fascínio, que nos enche os olhos, está o seu compromisso criador com a pintura, o caminhar original em busca de uma linguagem própria, o denso envolvimento cromático sobre os passos à volta da realidade cósmica que habita e procura (re)inventar na solidão do acto criador.

E penso nas palavras de Baudelaire que respondiam à inquietação de saber o que era a arte pura na concepção moderna: "É criar uma magia sugestiva que contenha ao mesmo tempo o objecto e o sujeito, o mundo exterior ao artista e o artista ele próprio", segundo a agência Lusa.

Será afinal uma viagem à procura de um outro mundo, que a obra de António Carmo "edifica, traço a traço, linha a linha, cor a cor, num rigoroso registo de marca pessoal, feito de surpreendente explosão de cores, de rostos, de mulheres, de oferendas corporais, de olhos que nos interrogam no espelho em que os quadros se transformam".

António Carmo nasceu na Madragoa, em Lisboa. Estudou na escola de artes decorativas António Arroio em Lisboa, onde tirou o curso de pintura.

Fez parte do grupo de bailados Verde Gaio de 1967 aos anos 80.
"Pego em elementos do pintor e transformo-os" referiu António Carmo quando mostrou estas telas na capital Belga numa exposição intitulada "Navegando pelos ateliers da memória".

Fuente: Zita Ferreira Braga // HardMusica